quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

História verídica

Hoje é o dia do meu aniversário, e geralmente eu gosto de elaborar um post sobre essa data mas hoje vou falar sobre uma história verídica, na verdade um babado que acabou de acontecer e que por estar "fresquinho" quero aqui relatar, para que possa reler sempre que desejar filosofar sobre o ser humano.
Vou contar exatamente o que aconteceu e minhas impressões ficaram para outro post. Não gosto de posts muito longos, pois é apenas um post e não um livro.
Mamãe ficou fazendo uns doces aqui para logo mais e saí com meu pai. Precisávamos uma série de ingredientes do supermercado e um bom vinho chardonnay do novo mundo. Para tanto fomos a dois supermercados. Resolvi em seguida passar pelo shopping para comprar alguns chocolates na loja Americanas (onde o chocolate é mais barato!). 
Chegando ao shopping, por volta das 15h, deixei meu pai sentado num banco próximo a loja Americanas com os pacotes do supermercado e fui ao banheiro. Coisa rápida, fui então para a loja, passando sobre o banco onde estava meu pai, agora conversando com um casal que estava em pé, de costas para mim. 
Em minutos a cena era a seguinte: Eu já tinha olhado vários títulos de DVD's e estava ali no corredor pegando os chocolates. O casal que conversara com meu pai estava ali ao meu lado e falavam:
-Nossa, o Braguti tá esquisito!
-É, ele está acabado! Acho que teve um derrame! 
-Ele tá falando esquisito... acho que não está bem, não é possível... 

Braguti é o apelido que meu pai tinha na época em que trabalhava. Rapidamente pensei: O que eu faço? Quem são esses dois? Não sei quem são esses dois, então vou fazer o que quero fazer. Deixei que prosseguissem e prosseguiam mesmo:
-É, ele teve um derrame.
-Ele não era assim. Tá acabado mesmo...

Então falei: Ele não teve derrame! É meu pai. - Ele está bem, só está ficando velho... é a vida, né? E talvez pode ter demorado a te reconhecer porque tem catarata mas está fazendo os exames pré-operatórios para operar.
Os dois ficaram sem graça, com a cara no chão e então que falam: Ah, tá vendo o que dá ficar falando dos outros... Estavámos falando aqui... Mas não o víamos a tempos porque vocês passaram um tempo na Bahia...
Na verdade, o tanto que tentaram "consertar" já não me interessava mais, mas ouvi mesmo assim e falei:
-Achei engraçado vcs falarem tanto sobre ele. Foi só isso. - dei as costas e fui embora.
Ao chegar onde meu pai estava perguntei quem era aquele casal. Era o supervisor lá da seção onde meu pai trabalhava, e a mulher era a esposa dele. Um homem que meu pai respeitava e respeita muito. Perguntei como foi a abordagem, o que ele falou. Eles conversaram aquelas coisas básicas de colegas de trabalho que se encontram uns 15 anos depois... E eu não comentei nada sobre o ocorrido pois não acrescentaria nenhum sentimento bom ao meu pai.
Também não pretendo comentar nada com a minha mãe. Resolvi guardar só pra mim algo que já sabia: Na vida temos poucos amigos de verdade. Temos alguns poucos e valiosos amigos. Encontramos com muitas pessoas durante toda a vida. Alguns são falsos e precisam demais se sentir melhor que nós, mas estes não são amigos, nem sei se tem nome pra isso. 
Para quem não conhece o meu velho... ele está velhinho, tem um coração bom, é um homem simples que realmente estudou pouco e tem dificuldade com as palavras mais "difíceis", mas é um grande cara. Está se tratando e emagreceu uns 14 quilos. Nunca teve derrame ou qualquer problema de saúde, salvo um câncer de pele (já operado há dois anos) e a catarata que vai operar do segundo olho em breve.
Mas enfim, pra que perder tempo pensando e analisando a vida do outro? Acho que isso só vale a pena se você pode e vai ajudar a tornar a vida do outro melhor e mais leve... e não era o caso. 



Um comentário:

Manoelito Junior disse...

Ótimo Post, nem sabia q vc tinha blog. Bom ler essas coisas, nos faz ver a vida com outros olhos, tem que dar valor ao hoje, mas também ao amanhã, por isso escolher bem os amigos, faz parte do futuro, q n falta muito pra chegar.
BJ
PARABENS.