quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Amigos de verdade são poucos

Minha vida é agradavelmente preenchida porque trabalho em média 7 horas por dia, podendo variar até 10 ou 12 horas, mas trabalho onde gosto de estar, trabalhar, enfim, entre garrafas é o meu lugar.
E pensando sobre os melhores vinhos para elaborar dois orçamentos ao mesmo tempo em que tenho que sugerir um cardápio para outro e separar alguns vinhos para outros dois, vem um outro pensamento me ocupar as ideias... De onde eles vem, não sei, mas dou muita bola para eles, pois não acredito que surgiram sem um propósito.
O pensamento do dia foi: Dos tempos do Orkut eu li que ninguém tem 300, 500 ou 1000 amigos. Amigos são poucos, mas a gente começou a adicionar conhecidos e pouco conhecidos de muito distante. Alguns fazem isso para ter um bom número, outros para não magoar os que solicitaram, e outros ainda para divulgar serviços e produtos e isso persiste até os dias de hoje nas mais diversas redes sociais.
E posso concluir que isso é fato: Ninguém tem 300 amigos e o resultado de adicionar os que pouco conhecemos são as divergências, as discussões que nos aborrecem, as imagens que pipocam em nosso feed e que preferíamos não ter visto. As frases que nada nos acrescentam e as pessoas que não se importam conosco e nos fazem sentir sozinhos, invisíveis, nada...
Um número de pessoas nos decepcionam, mas por algum motivo continuam lá no nosso feed, na nossa vida... É... mais um fato, o virtual imita a vida, o virtual é parte da vida...
Deixei cada um na sua gavetinha... estão todos lá, mas algumas gavetas eu não abro já  faz tempo...
Quando a gente é mais jovem, repete as frases feitas sem senti-las, mas hoje algumas já fazem todo sentido para mim: "Mudar o que posso, aceitar o que não posso mudar e sabedoria para distinguir as duas coisas."

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O que estou pensando?

Cheguei em casa, depois de um dia de trabalho e a primeira notícia que leio é a da morte do ator Robin Williams.
É verdade? - Pensei - torcendo para que fosse um desses boatos sem graça da internet, mas não era.
Gosto muito de seus filmes. Todos! Todos que assisti! Um em especial - "Uma Babá Quase Perfeita" que assisti no cinema, e outras inúmeras vezes e é uma dessas comédias que me fazem chorar. Sim, é muito comum me ver chorar em comédias. Neste filme em especial, todas as vezes que vi a história de um pai sensacional, que para ver os filhos e ter momentos incríveis com eles, se vestia de mulher, a babá e ganhava ares muito carismáticos eu chorava, e choro... Sempre choro neste filme... Que paizão!
O cara fez tantos filmes legais e veja só... há a suspeita de suicídio!
O mundo está "coisado"! Tem uma semana que esta frase não me sai da cabeça. O mundo está estranho, não sei que nome dar a isso, mas está um lugar populoso demais e solitário. Estamos todos sozinhos! - Explico: Todo dia há alguma descoberta científica, alguém que faz algo maravilhoso, e outro alguém que estuda o ser humano e descobre mais sobre quem somos e o que precisamos... mas estamos no meio do caminho e meio que sem saber para onde ir.
Quem comete o suicídio sabe que está sozinho. E porque estamos todos sozinhos? Sim, estamos, alguns só não sabem ainda...  Mas quem nunca teve a impressão de, ao falar, não estar sendo ouvido? E em outras situações também, salvo alguns que abençoados foram e formaram uma família no sentido de pertencer, ser amado, enfim...
E já repararam o que as pessoas dizem quando alguém do seu núcleo tira a própria vida?
- "Nossa! Se soubesse que ele estava mal, teria feito alguma coisa!" - Sim, sempre dizem isso... mas nunca querem saber e se soubessem pouco teriam feito...
E foi por aí que seguiu o meu pensamento...
Cara, quantos filmes legais que vc fez! O mundo anda tão coisado que vc não se encaixava mais nele...
Mas saiba que nós sentiremos saudades, saudades também dos novos filmes que não virão.

Nota da autora:
Muitas pessoas tem algumas dificuldades de acesso comigo e para quem, por ventura passar por aqui e pensar: Será que ela já pensou em suicídio? - Uma resposta:
Não! Nunca pensei em cometer suicídio, mas já senti vontade de me isolar da sociedade. Tenho uma dualidade incômoda nesse quesito: Parte de mim é super anti-social com determinadas pessoas e situações e em outras sou super sociável, razão pela qual nunca coloquei esse plano em prática. Fora isso, tudo certo... mas sempre observei muito e li muito sobre sentimentos, pensamentos, pessoas e comportamentos. É um assunto que me interessa e através dessa observação aprendo, modifico o meu pensar e agir e até tenho me tornado menos anti-social do que antes.
Ando escrevendo coisas e nem sei por quê. Ou até sei, se me esforçar em entender. Ando mais para escrita do que para falar. Não sei se este texto é interessante ou não mas é o que pensei por agora...
Qualquer hora tem mais...

terça-feira, 10 de junho de 2014

A quantas anda a carruagem?

Agora são 6!
Nunca escrevi diretamente sobre os meus problemas, meus desafios. Acho que assim como não consigo falar sobre eles, também não consigo escrever.
Mas vamos lá. Não me pergunte o que chegou primeiro, mas foi mais ou menos assim. Um tsunami que me levou junto. Crises de pânico. Comecei então a perder peso e cabelos... Uma série de exames e nada, absolutamente nada que justificasse os quase infartos que eu sentia... só eu sentia, não estavam acontecendo.
Dois comprimidinhos para dormir e esquecer quem eu sou eu. Super funcionaram, mas me fizeram engordar.
Penso que a esta altura o cardápio é o seguinte: hora de escolher qual é o problema que eu quero ter.

Sou incapaz de dizer em quantos médicos passei tentando resolver o problema dos cabelos, porque o das crises, embora difícil, já estava sob controle.
E os dias passando, anos... quem sabe quanto tempo passou?
Eu tentava, desistia e tentava de novo, até que enfim, a solução ou o controle da situação estava na frente do meu nariz e eu demorei a dar conta.
O médico é filho da minha psicóloga e do médico que cuida das crises... tudo em família.
Começamos com dois comprimidinhos e a cada consulta vem mais um e outro... Estamos assim: Na verdade 5,5 comprimidos diariamente.
E há alguns dias fiz a minha enésima tentativa de tirar o antidepressivo. Falhei... quer dizer, não deu. Não sei se falhei. Não dá... lá vem aquela sensação de que estão apertando, comprimindo meu cérebro e as ideias estão escapando. Meu coração dá saltos ornamentais. Sinto que estou enlouquecendo. Não quero ouvir vozes porque vozes me perturbam.
Bom, em algum ponto de lucidez decidimos que com remédio é melhor. Dá para suportar.
Vai ser assim para sempre?
É. Acho que sim.
Estou a dois dias viajando... na maionese, sem falar coisa com coisa, ou melhor sem pensar coisa com coisa. Mais uma semana e tudo volta ao normal. Minha calma, minha alma...
Vou esconder-me de quem? Também não dá... O que eu sinto sempre me coloca em situações complexas, pois não sei ser diferente. Só sei ser dirigida por o que sinto.
Se ficar com alguma dúvida, por favor, entre em contato.
Obrigada,
Flavia



domingo, 25 de maio de 2014

Pode parecer confusa, mas é minha vida...

Ainda falando de como as coisas se repetem... 
Eu amo a minha mãe mas é o relacionamento que consiste para mim no maior desafio da minha vida. 
Passei a minha infância dando sinais do que era importante para mim e sendo ignorada. Sendo obrigada a conviver com primos que não me davam a mínima. Hoje não sou mais obrigada. 
Por outro lado, eu amo a minha mãe mesmo ela não me entendendo, mesmo ela não tendo me apoiado quando decidi ser sommelière e mesmo antes disso ter deixado claro que quando pensou em ter uma filha, pensou em alguém bem diferente de mim. Deve ter pensado em alguém mais obediente e submissa. Não foi o caso. 
Lembro-me bem, quando no calor de uma discussão ela me disse isso: 
- A gente fica feliz quando está esperando uma filha... mas aí você me decepcionou...
- Empatamos. - respondi.
Isso foi quando eu tinha aproximadamente 15 anos. Nunca mais esqueci. 

Podia passar a vida inteira omitindo isso e fingindo que tudo são flores, mas não consegui. 
A gente convive com as nossas diferenças e tem horas que a gente explode. Agora, não mais como antes. Agora eu não digo as coisas que ficam entaladas na garganta, em respeito a idade dela, então eu explodo em silêncio. Fico doente. Tomo remédios. Passa.
No último mês, tenho "viajado no tempo" e então me recordei de uma boa parte da minha trajetória e tenho colocado ao lado desta, outras realidades de pessoas que conheço. Essa comparação é para entender a relação de causa e consequência que é a vida... Sempre digo que minha mãe plantou laranja e foi lá no pé certa  de que colheria maçãs...
Tenho uma percepção sobre mim: sinto-me feliz, muito feliz com o momento atual, e tem dias que posso estar triste porque a minha mãe me joga para baixo... relação complicada... uma equação que não fecha...
E nessa, avistando já meus 40 anos, queria poder fazer algo para mudar tudo isso, mas vejo que não depende só de mim. Como disse, já falei muito a respeito, já falei sobre o que considero essencial mas fui ignorada n vezes. 
Não sei se falo mais. Não sei se vale a pena. Somos duas pessoas que não nos entendemos, não falamos a mesma língua e talvez reste apenas conviver com isso... 

Considere isto um desabafo de quem não sabe nada sobre nada... bjs.  


domingo, 20 de abril de 2014

A história se repete

Quem sou eu? Impossível responder aqui, com algumas palavras apenas. Vai ficar faltando alguma coisa, principalmente, vai omitir a pessoa que serei em alguns minutos e depois e depois. 
Sou aquariana. Sou teimosa e odeio imposições (a mim). Não sou obrigada a nada e esse é o princípio da minha paz. Nem vou dizer felicidade, mas paz. Apertou, afrouxa.
Há alguns anos, num outro trabalho em que estava, vieram imposições que não me agradaram. E como toda imposição, não é dada nenhuma outra opção a não ser demitir-se, seguir adiante, desocupar o espaço. Foi o que fiz. A resposta? - Gosto muito de você, não quero que saia. Volte a fazer o horário que sempre fez. 
E assim eu fiz, mas era tarde demais. O que eu sentia já me impossibilitava de continuar. 
Agora a história se repete. Uma nova imposição. Não quero. Peço demissão. Ouço o outro lado que não quer me perder. Mas não volta atrás com relação ao horário. Fico. Sim, a história se repete. Espero ter aprendido alguma coisa, principalmente que tenho que cuidar do que estou sentindo com relação a isso. Sinto tanta coisa, principalmente a angústia de saber como essa história termina e a minha luta é por um final diferente. 
Por quê? Por que tudo isso outra vez? O que eu tenho que aprender?
As relações interpessoais só fazem sentido quando os dois lados estão felizes e ponto. Sendo assim, eu saio de cena sempre que há uma discórdia, um descontentamento. E quando eu não saio de cena me sinto muito mal. 
Ainda tem outro ponto: sinto vontade de me isolar do mundo, ficar quietinha. Dormir muito. 
Esse ponto, o de me isolar do mundo está errado e então a minha luta está começando outra vez e dessa vez eu já tenho um arsenal para superar a fase. 

Mas enfim, é bom parar e pensar: Por que isso acontece comigo? Deve ser um tipo de "não sei ser feliz" mesmo...  

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

E quem entende?

Vamos lá... eu e eu mesma refletindo sobre o que passou por mim e pela minha cabeça durante esse início de ano.
Não gosto de quem prefere ficar na posição de vítima, logo, não é esse o meu papel. Sou uma pessoa que erra, acerta e tenta ser alguém melhor a cada dia, mas como parte disso tento entender o mundo em que eu vivo ( referindo-me às pessoas que me cercam) e que eventualmente me dão um nó no cérebro.
Minha família é bem compacta: mamãe, papai e eu. Nós nos amamos e vivemos bem, no entanto nossa relação já foi bem complicada e o passado martela de vez em quando, mesmo que para ser analisado e entendido. E vez por outra algum primo ou tio manda notícias. Noto que nunca são notícias boas e que a cada reencontro a família fica menor. O fato é que está minguando e eu que sempre me senti sozinha, agora não vejo mais como um "sentir". Estamos, de fato, sozinhos. 
Há muito, soube que pertencer à família que pertenço é meu grande desafio, pois nunca houve dúvidas de que nos amamos, mas nossa convivência sempre foi difícil. E beirando os 40 anos, queria acreditar que isso tudo é passado. Falando de nós três, cada um encontrou um jeito, o seu jeito de conviver com os outros dois... nada mais do que isso. E é mais forte do que eu...  me chateio. O que não tem remédio, remediado está. 
Sinto-me cansada, triste... mas óbvio que ninguém aguenta alguém cansado e triste, então nada de dizer que estou cansada e triste... Desde sempre parece que é assim que queriam que eu me sentisse, é assim que me sinto. Acho que perdi mais uma batalha. Acho que não vou chegar lá... lá num dia em que o  que eu sinto não me destrua por dentro. Mas não é nada de diferente do que eu sempre fui e senti... está tudo igual. Não tem com que se preocupar... afinal eu devo ter encontrado um jeito de ir levando...