terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Se tiver paciência...

Preciso escrever sobre um pensamento que não sei para onde vai... 

Tive uns dias de férias e foram muito bem aproveitados. Combinamos, eu e minha mais antiga amiga virtual, de passar uns dias juntas, ir para Ilha Grande. Como eu a conheço, aceitei o convite sabendo que seria uma viagem diferente, pois fui disposta a fazer atividades, coisas que não faço geralmente. E como previsto, fizemos passeios em todo tipo de barco. Tentei e consegui curtir tudo. Fizemos até trilha! Digo até, porque caminhar por mata desconhecida me dá um pouco de medo.  E imaginava durante a caminhada encontrar uma cobra enorme ou até mesmo levar um tombo, ver bichos estranhos. Nada disso aconteceu. Mas aconteceu algo que me deixou preocupada. Tive a certeza de que meu coração não está aguentando qualquer tranco. Durante percursos de subida ele me freava muito. Eu achava que estava com problemas, mas não sabia mensurar. Acho que agora sei. Descobri o quanto ele me limita comparado ao normal, às outras pessoas e a mim mesma antigamente. 
Sento aqui e gostaria de contar isso para meu médico, pois sempre trocamos e-mails. Sempre que preciso, escrevo para ele, mas estou adiando dessa vez, então escrevo aqui. 
Sempre me pergunto por quê? Por que meu corpo entrou em colapso? Por que a minha cabeça foi junto? Será que isso importa? Eu e minha forma de ver a vida da forma aprendida e herdada. Tenho a impressão de ter vivido e aprendido e melhorado, mas por vezes tenho a impressão de não ter saído do lugar, pois uma coisa sou eu tomando 6 ou 7 comprimidos diariamente e outra coisa sou eu sem remédios. Qual delas seria eu? Mas enfim, o que importa agora é que eu arrume jeito, palavras e coragem e conte ao meu médico sobre a experiência de ter um coração que não tá dando conta. 
A consequência de informá-lo já consigo imaginar. 
Outra coisa que me incomoda é o fato de tomar um monte de comprimidos a partir de agora para sempre... acho que isso encurtará o meu "sempre". Noto veias engrossando, e imagino que tantas outras coisas aconteçam a partir do fato de tomar tanto remédio. Mas e ficar sem eles? Impossível. 
Com remédios mesmo tenho encontrado espaços, brechas para me sentir muito mal. Deprimida mesmo ao mesmo tempo em que tenho me encantado pela vida. Vai entender. A vida me surpreendendo e me tirando para dançar, e eu indo bem mais longe do que imaginei. Bem mais longe na possibilidade de ser feliz. E ainda assim triste por tantas coisas. 
Ah, não me avisaram que viver era isso... Um mundo complicado na minha cabeça e eu com a sensação de que não vou aguentar e a vida linda desfilando. Ah, dualidades. 
Eu quero colo! Colo e coragem. 
Quando socializo demais o sentimento que tenho é de estranheza, mas não é correto dizer que sou antissocial porque preciso ver gente e falar com gente. 
Algumas pessoas eu quero ver mais e outras menos. 
Eu mesmo se pudesse, não me veria em certos dias. Hoje, por exemplo.