domingo, 25 de maio de 2014

Pode parecer confusa, mas é minha vida...

Ainda falando de como as coisas se repetem... 
Eu amo a minha mãe mas é o relacionamento que consiste para mim no maior desafio da minha vida. 
Passei a minha infância dando sinais do que era importante para mim e sendo ignorada. Sendo obrigada a conviver com primos que não me davam a mínima. Hoje não sou mais obrigada. 
Por outro lado, eu amo a minha mãe mesmo ela não me entendendo, mesmo ela não tendo me apoiado quando decidi ser sommelière e mesmo antes disso ter deixado claro que quando pensou em ter uma filha, pensou em alguém bem diferente de mim. Deve ter pensado em alguém mais obediente e submissa. Não foi o caso. 
Lembro-me bem, quando no calor de uma discussão ela me disse isso: 
- A gente fica feliz quando está esperando uma filha... mas aí você me decepcionou...
- Empatamos. - respondi.
Isso foi quando eu tinha aproximadamente 15 anos. Nunca mais esqueci. 

Podia passar a vida inteira omitindo isso e fingindo que tudo são flores, mas não consegui. 
A gente convive com as nossas diferenças e tem horas que a gente explode. Agora, não mais como antes. Agora eu não digo as coisas que ficam entaladas na garganta, em respeito a idade dela, então eu explodo em silêncio. Fico doente. Tomo remédios. Passa.
No último mês, tenho "viajado no tempo" e então me recordei de uma boa parte da minha trajetória e tenho colocado ao lado desta, outras realidades de pessoas que conheço. Essa comparação é para entender a relação de causa e consequência que é a vida... Sempre digo que minha mãe plantou laranja e foi lá no pé certa  de que colheria maçãs...
Tenho uma percepção sobre mim: sinto-me feliz, muito feliz com o momento atual, e tem dias que posso estar triste porque a minha mãe me joga para baixo... relação complicada... uma equação que não fecha...
E nessa, avistando já meus 40 anos, queria poder fazer algo para mudar tudo isso, mas vejo que não depende só de mim. Como disse, já falei muito a respeito, já falei sobre o que considero essencial mas fui ignorada n vezes. 
Não sei se falo mais. Não sei se vale a pena. Somos duas pessoas que não nos entendemos, não falamos a mesma língua e talvez reste apenas conviver com isso... 

Considere isto um desabafo de quem não sabe nada sobre nada... bjs.