quinta-feira, 16 de junho de 2011

Conversa de ponto de ônibus





Vou me aproximando do ponto de ônibus e uma senhora já começa a puxar conversa. Adoro conversas de ponto de ônibus e qualquer outra então estou super receptiva. 
Eu tinha acabado de fazer compras no supermercado e carregava tudo na minha sacola ecológica, talvez por isso a senhora me pergunta:
- Você é casada? 
-Não. respondi.
- Mas vai se casar? Pretende? retornou.
Rapidamente pensei o por que de aquela senhora que nunca vi antes queria saber da minha vida e mesmo sem saber deixei a conversa fluir na esperança de que meu ônibus chegasse logo.
- Não pretendo me casar. Estou bem assim. Solteira.
- Você tem filhos?
- Não tenho. 
E um grande interrogatório se seguiu. Fica até chato transcrevê-lo. Em certo ponto, já um pouco irritada com perguntas comecei a discursar:
- Olha, casar eu não vou mas isso não quer dizer que não dê uns beijos na boca porque isso é bom e necessário. O que vai fazer uma pessoa na vida se não casar e não beijar na boca?
A senhora questiona: Mas e depois como vai ficar com Deus? 
- Olha, pretendo explicar. E sei que ele vai entender. Ele vê este mundo que deixou para nós como está. Vou me casar com quem? Eu não vou botar filho no mundo, não matei, não roubei, até uso sacola ecológica... mas beijo na boca e acho que não tem nada demais.
Para minha paz, a senhora entendeu e parou de me fazer perguntas e em seguida me deu um número de telefone onde posso ouvir mensagens religiosas. Repetiu umas 10 vezes que gostaria que eu ligasse lá, ouvisse a mensagem e em seguida ligasse para ela, para conversarmos sobre a mensagem.
Não fiz isso porque tive receio daquela senhora ter bina e daqui a pouco ficar me ligando diariamente para me fazer perguntas, afinal ela é tão boa entrevistadora quanto a Gabi.
Falamos de casamento, filhos, igreja. Falamos também de emprego, do mundo, e de mais outros tantos assuntos. O ônibus demorou tanto, mas apareceu e então fui embora.

Um comentário:

Odele Souza disse...

Olá Flavia,
Ãs vezes esse tipo de conversa que você aqui descreve, pode ser interessante, mas nem sempre isso acontece.

Você tem o nome de minha filha. E sei que você sabe disso, pois tem aqui no seu blog o link do blog de Flavia. MUITO OBRIGADA.

Pra você um forte e carinhoso abraço